12 de ago. de 2016


Natali Silvana Zwaretch
Bibliotecária da Divisão de Referência do SB/UEL

Desde a Idade média o silêncio nas bibliotecas é considerado como uma norma universal, padrão essencial para que o objetivo da biblioteca seja atendido, o qual se destina a proporcionar um espaço onde os usuários possam se concentrar na leitura e conhecimento.
Na idade média, o acesso aos livros era privilégio de poucos, principalmente dos monges, visto que a finalidade da biblioteca era garantir a preservação da memória. As bibliotecas Monásticas da Igreja Católica consideravam os livros sagrados, impondo regras rígidas para o acesso aos pergaminhos e livros da época. Para tanto, nessa época, segundo Saenger (2002, p. 161):

[...] o ato de ler em voz alta dentro das bibliotecas dos mosteiros causava um enorme incômodo aos leitores vizinhos. Com isso, as normas das ordens religiosas passaram a exigir que cada convento ou mosteiro estipulasse uma sala de leitura em que o silêncio fosse absoluto, passando a reconhecer-se, a partir do regulamento da Biblioteca de Oxford do ano de 1431, a biblioteca como um local de total silêncio.

O conceito de biblioteca vem se alterando nos últimos anos, tanto pelos novos recursos e serviços disponíveis, como pelo usuário na busca da informação. A troca de experiências, informações e difusão do conhecimento é de extrema importância dentro das instalações da biblioteca, onde a interação e mediação da informação ocorre com mais intensidade. As bibliotecas vem buscando adequar-se a essas novas exigências, sempre com a premissa de que são ambientes voltados à discussão e ao aprendizado.
Esse é o novo e grande desafio das bibliotecas: adequar-se às novas exigências, tanto de informação como de usuário, e manter um ambiente silencioso. Alguns estudos mostram que uma mudança no layout do ambiente pode fazer a diferença, alternando espaços de estudos individuais e em grupo, colocando mesas mais distantes umas das outras, para melhor concentração dos usuários.
Nesse sentido, o Regulamento do Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de Londrina prevê, em seu Art. 20º, como dever do usuário, “respeitar a ordem, a disciplina e o silêncio no recinto da Biblioteca” (UEL, 2016).
Porém, o que se observa é que os usuários, quando estão saindo ou entrando no hall principal da biblioteca, não se conscientizam que este espaço está dentro da biblioteca e não diminuem o volume da voz. Mas... Manter o Silêncio nas dependências das Bibliotecas é comportamento essencial e que deve ser respeitado, principalmente nos seguintes locais:

  • a partir da porta e hall de entrada das bibliotecas;
  • durante a guarda de material nos escaninhos;
  • ao consultar o catálogo on-line;
  • no balcão de empréstimos;
  • no salão de estudos e laboratório de informática.

Algumas atitudes por parte dos servidores e da Biblioteca também se faz necessário, como:
  • falar em tom baixo ao realizar o atendimento;
  • adequar as rotinas de trabalho para que haja o menor ruído possível;
  • evitar conversas paralelas em áreas de estudos e estantes;
  • manter campanhas permanentes de silêncio para conscientizar os usuários da importância do silêncio no recinto das Bibliotecas.

Nesse sentido, faz-se necessário a realização de campanhas sistemáticas do silêncio, sempre com o objetivo de “reforçar” a importância de respeitar os usuários que frequentam as dependências das bibliotecas, buscando concentração e silêncio para seus estudos, sendo primordial o comprometimento de todos os usuários e funcionários no sentido de colaborar para um ambiente mais silencioso.

Referências

SAENGER, Paul. A leitura nos séculos finais da Idade Média. In: CAVALLO, Guglielmo; CHARTIER, Roger (Org.). História da leitura no mundo ocidental. São Paulo: Ática, 2002. p. 147-184.

UEL. Sistema de Bibliotecas. Regulamento de funcionamento do sistema de bibliotecas da Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: http://www.uel.br/bc/portal/arquivos/regulamento-bc.pdf. Acesso em: 29 jul. 2016.


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