PROCESSOS DE DESBASTE E
DESCARTE DA COLEÇÃO DE REFERÊNCIA DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UEL: RELATO
Elaborado por:
Edileusa
Regina Aguiar dos Santos
Natali
Silvana Zwaretch
Neide Maria
Jardinette Zaninelli
A Biblioteca Universitária deve apresentar a informação de
forma organizada, clara, concisa para a comunidade que está inserida,
promovendo assim, ações de forma ágil e equilibrada em seu acervo. Para que uma
coleção se desenvolva de forma racional e harmônica é importante que o
profissional bibliotecário crie estratégias que assegurem a continuidade e a
adequação precisa à formação e desenvolvimento do acervo.
A coleção da Divisão de Referência da Biblioteca Central da
UEL é composta por livros, bibliografias, catálogos, diretórios, dicionários e
enciclopédias especializados/técnicos e/ou linguísticos, atlas, mapas,
periódicos e outros tipos de
documentos.
Este relato está baseado nos descartes realizados nos anos
de 2016 a
2018 dos Periódicos de Referência, ou seja, das Fontes
Secundárias, os quais trazem informação agrupada/organizada, cujo
conteúdo é baseado nas pesquisas e/ou documentos primários, que reúne e resume
informações publicadas por vários autores, artigos de revisão, artigos de
divulgação científica e outros. Os títulos avaliados foram: Chemical Abstracts, Psychological Abstracts,
Animal Breeding Abstracts, Index Veterinarius, Veterinary Bulletin,
Bibliography of Agriculture, Food Science and Technology Abstracts, e
outros que se encontram em processo de descarte. Estes títulos já haviam sido
desbastados da Coleção de Periódicos em 2003, os quais seguiram os critérios de:
falta de consulta, desatualização e ocupação desnecessária do espaço.
Dias, Silva e Cervantes (2012, p. 46) afirmam que a eclosão
dos documentos eletrônicos ampliou os meios de acesso e recuperação da
informação, “fenômeno” que culminou no aumento dos “desafios de construção e
implementação da política de desenvolvimento de coleções”.
Lancaster (1996 apud
ROCHA, 2011) ressalta que o “desbaste pode melhorar a qualidade de um acervo”,
haja vista que é a transferência de materiais antigos e pouco utilizados pelos
usuários, para outros locais especialmente criados para abrigar este material,
razão pela qual o desbastamento de um acervo é o “aproveitamento do espaço
disponível em uma biblioteca.” E o descarte, para Rocha (2011) “é a retirada
definitiva do material do acervo da biblioteca, com a correspondente baixa nos
arquivos de registro da mesma.”
De acordo com Miranda (2004, p. 141) a prática de
desenvolver coleções “[...] implica sistematizar e criar procedimentos para
seleção, aquisição, avaliação e desbastamento do acervo.” Nesse sentido, o
desbaste e descarte dos acervos do Sistema de Bibliotecas da UEL atende a
Política de Desenvolvimento de Coleção, que possui critérios específicos como:
▪
Obras
que estão muito danificadas em condições físicas irrecuperáveis; volumes
gastos, com páginas quebradiças, folhas ácidas e/ou faltando páginas ou partes,
e ainda contaminadas por agentes biológicos [...]
▪ Substituição
de formato impresso por outros formatos eletrônicos, ou seja, as obras
encontram-se indexadas em bases de dados bibliográficas disponíveis para acesso
gratuito pelo Portal da CAPES;
▪ Obras com
seus conteúdos totalmente desatualizados e inadequados em relação aos atuais
interesses do público-alvo da biblioteca (UEL, 2018).
O processo de desbaste de um material envolve o
comprometimento e atitude do profissional ao avaliar e decidir se o mesmo deve
ou não permanecer no acervo. Para Silva, Castro Filho e Quirino (2012, p. 51) é
“uma tarefa de difícil execução, porém, não deve ser evitada, em que todas as
decisões obedecem às políticas previamente aprovadas.”
Dessa forma a Divisão
de Referência procedeu o descarte do material já desbastado em 2003
considerando a “Política de Desenvolvimento de Coleções do Sistema de
Bibliotecas da UEL” utilizando os seguintes argumentos no “Laudo Técnico de
Descarte” para as publicações periódicas:
§ As
obras em materiais impressos
encontravam-se em desbaste desde março de 2003, e, durante esse período não ocorreu
nenhuma solicitação para consulta;
§ As
obras estão com seus conteúdos totalmente desatualizados, e inadequados em
relação aos atuais interesses do público-alvo;
§ As
obras estão muito danificadas (inclusive faltando partes), com folhas ácidas e
contaminadas por agentes biológicos (brocas, traças e outros);
§ Ocorreu
a substituição de formato impresso por outros formatos eletrônicos, ou seja, as
obras encontram-se indexadas em bases de dados bibliográficas disponíveis para
acesso gratuito pelo Portal da CAPES.
Após a elaboração do Laudo Técnico de Descarte o mesmo foi
submetido a avaliação de um docente especialista da área, e aprovado mediante a
assinatura no laudo junto a Diretora do SB/UEL e a Chefe de Divisão da
Referência. Na sequência o laudo, juntamente com a listagem das obras a serem
descartadas foram apresentados em reunião para conhecimento e aprovação da “Comissão
de Avaliação de Materiais Inservíveis”, que tem por competência a consolidação
dos laudos de inservibilidade e obsolescência do material bibliográfico. Esta
Comissão é composta pela diretoria do Sistema de Bibliotecas, Chefes das
Divisões de Formação e Desenvolvimento da Coleção e de Referência da BC e por
um docente representante de cada Centro de Estudos.
Concluímos, portanto,
que a comunidade universitária não foi prejudicada com o descarte das referidas
obras, visto que as mesmas estão contempladas no Portal de Periódicos da CAPES
em formatos eletrônicos e atualizados. E, em contrapartida, o acervo ganhou espaço, ampliando a
área de estudo aos usuários, bem como qualidade de conteúdo da coleção e melhor
aspecto visual do ambiente.
REFERÊNCIAS
DIAS,
G. D.; SILVA, T. E.; CERVANTES, B. M. N. Política de desenvolvimento de
coleções para documentos eletrônicos: tendências nacionais e internacionais. Encontros Bibli, Florianópolis, v. 17,
n. 34, p. 42-56, 2012.
MIRANDA,
A. C. C. A política de desenvolvimento de coleções no âmbito da informação
jurídica. In: PASSOS, E. (Org.). Informação
jurídica: teoria e prática. Brasília: Thesaurus, 2004.
ROCHA,
S. F. Desbaste é o mesmo que descarte?
2011. Disponível em: http://guiabibliotecario.blogspot.com.br/2011/12/desbaste-e-o-mesmo-que-descarte.html.
Acesso em: 29 mar. 2018.
SILVA,
M. R.; CASTRO FILHO, C. M.; QUIRINO, P. O. Desbaste e descarte em bibliotecas
universitárias: mapeamento da produção científica. BJIS, Marília, v. 6, n. 2, p. 49-64, jul./dez. 2012.
UEL.
Sistema de Bibliotecas. Política de
Desenvolvimento de Coleções do Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual
de Londrina. Londrina, 2018. No prelo.
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