MOTIVAÇÃO DOS
RECURSOS HUMANOS EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO
Maria José Sandra de Araújo
Terciotti
Bibliotecária da Biblioteca
Pública Municipal de Ibiporã-Pr
As relações humanas são inerentes ao
homem que possuindo diferenças individuais como: personalidade, aspirações,
valores, aptidões e até as motivações, sofrem influências do ambiente o que
reflete nas suas atitudes e comportamento. Por termos limitações individuais
torna-se indispensável a cooperação, a fim de alcançar objetivos pessoais, de
um grupo ou organizações.
Sabe-se que as equipes de trabalho
em bibliotecas e/ou unidades de informação, mesmo enfrentando dificuldades orçamentárias, de recursos humanos, precisam
atender aos objetivos e metas da instituição mantenedora, com atividades que
justificam sua conservação e manutenção, além das demandas e solicitações da
comunidade usuária.
Neste contexto destacam-se os
conceitos e técnicas motivacionais, buscando identificar sua prática e
influência nas organizações na construção de um ambiente de trabalho produtivo
e que estimule as pessoas a desempenhar suas tarefas de forma efetiva,
valorizando o indivíduo e propiciando a satisfação de ambas as partes.
Chiavenato (2002) classifica as
pessoas como agentes ativos e proativos e que constituem um fator de competitividade
para a empresa, ou seja, é o que a faz prosperar e alcançar seus fins. Neste
contexto a eficiente gestão de pessoas está tornando-se
uma atividade imprescindível para o sucesso de um empreendimento, mesmo em uma
unidade de informação (RAMOS, 1996).
Assim, para bem gerenciar uma
unidade informacional é necessário, conhecer a extensão do seu trabalho, saber
buscar e administrar os recursos (humanos, financeiros e físicos), no
desenvolvimento de produtos e serviços para que estes venham ao encontro dos
anseios informacionais de sua clientela.
Assim, o
estudo sobre motivação nas organizações é realmente um fator que contribui para
o entendimento e conhecimento de mecanismos que influenciam o comportamento das
pessoas.
Nas unidades de informação ou nas
demais organizações, dos vários fatores que influenciam o desempenho no
trabalho. A motivação é um potencial
que pode induzir uma
pessoa ou grupo, mesmo tendo necessidades distintas, a atingir tanto os
objetivos organizacionais quanto os pessoais, isso se estimulado a sua
capacidade, que de acordo com (LIMA, et al., 2008), a motivação de uma pessoa
está ligada diretamente ao desenvolvimento de suas capacidades humanas, pois é
preciso entender que as pessoas possuem sentimentos, desejos e ambições, cada
qual com seus motivos.
Neste contexto
faz-se necessário mostrar à equipe a importância de seu trabalho e os objetivos
e metas da organização a serem alcançados, envolvendo-os e valorizando o
desempenho de cada um, apoiando e estimulando o seu trabalho para o alcance dos
objetivos propostos.
As teorias motivacionais
originaram-se da Teoria das Relações Humanas, pois antes o foco era nas tarefas
e na estrutura do trabalho, hoje a ênfase passou a ser nas pessoas.
Buscando-se assim, compreender o
comportamento individual para explicar o organizacional, conforme Maximiano (2000), as
primeiras hipóteses sobre motivação foram propostas pelos filósofos gregos
sobre conceito felicidade.
Lima et al.,
(2008), dizem que as teorias motivacionais propiciam aos administradores criar
um ambiente em que os indivíduos e grupos trabalham em prol dos objetivos da
organização. Já Maximiano (2000) dividiu as teorias motivacionais em dois
grupos: as teorias do processo, que procura explicar
como funciona o mecanismo da motivação
e as teorias de conteúdo, que explica quais são os motivos específicos que fazem as
pessoas agirem.
Para compreendermos a necessidade da
motivação humana, nos atemos às teorias
de conteúdo ou (teoria da necessidade), como mencionado anteriormente,
pois, buscam explicar quais são os motivos que leva o indivíduo a agir ou
apresentar certo comportamento.
Portanto, na literatura pesquisada
identificamos duas principais teorias da motivação humana, sendo: a) Hierarquia das necessidades humanas de
Abraham Maslow; e b) Dois fatores -
higiênicos e motivacionais de Frederick Herzberg.
A
teoria de motivação de Abraham Maslow está organizada por uma hierarquia das
necessidades humanas que se dividem em cinco grupos, formando uma espécie de
pirâmide, na base ficam as chamadas necessidades primárias e ao topo as
necessidades secundárias.
1. Necessidades Fisiológicas ou básicas;
2. Necessidades de segurança;
3. Necessidades sociais;
4. Necessidade de estima;
5. Necessidade de autorrealização.
Neste
contexto, sabemos que todo indivíduo é motivado basicamente pelas necessidades
humanas, independente de qual seja. Como identificado por Santos, Almeida e
Valentim (2011), a motivação humana está relacionada ao atendimento das
distintas necessidades.
Portanto,
o que estimulará a satisfazer esta ou aquela necessidade, dependerá da situação
e motivação de cada um, pois quanto maior a necessidade, mais intensa é a
motivação, e como dito anteriormente é um processo cíclico.
A
teoria desenvolvida por Frederick Herzberg (apud CHIAVENATO, 2002; LIMA, et al., 2008), é a Teoria dos dois fatores de Herzberg: Motivação
– Higiene. Fundamenta-se em dois
aspectos que influem o desempenho no trabalho: os fatores motivadores
(intrínsecos) e os fatores de higiene (extrínsecos).
Os fatores motivadores estão relacionados
ao conteúdo do cargo, as tarefas. Já os fatores
higiênicos referem-se às condições do ambiente de trabalho tanto físicas e
ambientais, o salário, benefícios, clima de relações entre superiores e
subordinados, regulamentos internos. Estes são necessários para evitar a
insatisfação, no entanto não são suficientes para provocar a satisfação.
Com
esta teoria Herzberg propõe o enriquecimento de tarefas, com a ampliação de
responsabilidade, os objetivos e o desafio das tarefas do cargo.
O
clima organizacional possivelmente implicará na motivação dos funcionários, que
requer um ambiente agradável em que a pessoa se sinta bem, com ela mesma e
entre seus colegas de trabalho, satisfazendo não apenas as suas necessidades
básicas, mas contribuindo na cooperação com o grupo.
É
notória a necessidade da existência de uma liderança que contribui para o
melhor desempenho de sua equipe de trabalho, em estimular o desejo de seus
colaboradores, da mesma forma os colaboradores devem trabalhar
participativamente, sentir-se estimulado e ter a consciência que o resultado do
seu trabalho influenciará na produtividade e credibilidade da organização.
Contudo
para a motivação do trabalho em unidades de informação, são necessárias algumas
atitudes do gestor para com a equipe como:
Ø Fazer com que todos estejam
envolvidos e integrados com a rotina, mantendo-os informados sobre o andamento
das atividades;
Ø Buscar
soluções junto à equipe, discutir, avaliar e cultivar a troca de experiências,
para que cada pessoa contribua com ideias e inovações;
Ø A
valorização da equipe com reuniões agendadas para que todos expressem suas
ideias e sugestões, e que estas sejam discutidas pelo grupo, e que cada qual
seja reconhecido como um colaborador e não como apenas mais um funcionário;
Ø Confiar
responsabilidade, faz a pessoa se sentir importante e competente no que
realiza, aumenta a segurança e estimula seu potencial;
Ø Ser
receptivo a todos procurando ouvir suas ideias e sugestões, mesmo que não sejam
totalmente acatadas, mas que possa estimular as iniciativas de todos.
Considera-se
a pessoa como um ser integral e elemento essencial de uma organização e que o
desempenho dos seus colaboradores está relacionado com a motivação. Portanto
quando o funcionário é reconhecido e motivado no seu de trabalho, ele se torna
realizado tanto no campo profissional quanto no pessoal, pois, realizará as
suas atividades com eficiência e dedicação fazendo a diferença para toda
organização.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos
humanos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
______. Introdução a teoria geral
da administração. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
LIMA, Claudinete Salvato, et al. Análise das práticas de motivação
nas organizações e sua influência na melhoria da qualidade e produtividade do
trabalho. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 4., 2008, Niterói. Anais... Niterói, RJ. 2008. p. 1-12. Disponível em: <www.latec.uff.br/cneg/documentos/anais_cneg4/T7_0049_0156.doc>. Acesso em: 15 abr. 2013.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da
escola cientifica à competitividade na economia
globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
RAMOS, Paulo Baltazar. A gestão na
organização de unidades de informação. Ciência da Informação,
Brasília, DF, v. 25, n.1, 1996. Disponível
em: http://revista.ibict.br/ciinf/índex.php/ciinf/article/view/483/438. Acesso
em: 7 set. 2013.
SANTOS,
Vanessa Lima; ALMEIDA, Daniela Pereira dos Reis; VALENTIM, Marta Lígia Pomim.
Motivação de equipes em unidades de informação. Biblios, n. 45, p. 40-63, 2011. Disponível em: http://biblios.pitt.edu/ojs/index.php/biblios/article/view/42.
Acesso em: 30 ago. 2013.
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