18 de ago. de 2017

MOTIVAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO

Maria José Sandra de Araújo Terciotti
Bibliotecária da Biblioteca Pública Municipal de Ibiporã-Pr

As relações humanas são inerentes ao homem que possuindo diferenças individuais como: personalidade, aspirações, valores, aptidões e até as motivações, sofrem influências do ambiente o que reflete nas suas atitudes e comportamento. Por termos limitações individuais torna-se indispensável a cooperação, a fim de alcançar objetivos pessoais, de um grupo ou organizações.
Sabe-se que as equipes de trabalho em bibliotecas e/ou unidades de informação, mesmo enfrentando dificuldades orçamentárias, de recursos humanos, precisam atender aos objetivos e metas da instituição mantenedora, com atividades que justificam sua conservação e manutenção, além das demandas e solicitações da comunidade usuária.
Neste contexto destacam-se os conceitos e técnicas motivacionais, buscando identificar sua prática e influência nas organizações na construção de um ambiente de trabalho produtivo e que estimule as pessoas a desempenhar suas tarefas de forma efetiva, valorizando o indivíduo e propiciando a satisfação de ambas as partes.
Chiavenato (2002) classifica as pessoas como agentes ativos e proativos e que constituem um fator de competitividade para a empresa, ou seja, é o que a faz prosperar e alcançar seus fins. Neste contexto a eficiente gestão de pessoas está tornando-se uma atividade imprescindível para o sucesso de um empreendimento, mesmo em uma unidade de informação (RAMOS, 1996).
Assim, para bem gerenciar uma unidade informacional é necessário, conhecer a extensão do seu trabalho, saber buscar e administrar os recursos (humanos, financeiros e físicos), no desenvolvimento de produtos e serviços para que estes venham ao encontro dos anseios informacionais de sua clientela.
Assim, o estudo sobre motivação nas organizações é realmente um fator que contribui para o entendimento e conhecimento de mecanismos que influenciam o comportamento das pessoas.
Nas unidades de informação ou nas demais organizações, dos vários fatores que influenciam o desempenho no trabalho. A motivação é um potencial que pode induzir uma pessoa ou grupo, mesmo tendo necessidades distintas, a atingir tanto os objetivos organizacionais quanto os pessoais, isso se estimulado a sua capacidade, que de acordo com (LIMA, et al., 2008), a motivação de uma pessoa está ligada diretamente ao desenvolvimento de suas capacidades humanas, pois é preciso entender que as pessoas possuem sentimentos, desejos e ambições, cada qual com seus motivos.
Neste contexto faz-se necessário mostrar à equipe a importância de seu trabalho e os objetivos e metas da organização a serem alcançados, envolvendo-os e valorizando o desempenho de cada um, apoiando e estimulando o seu trabalho para o alcance dos objetivos propostos.
As teorias motivacionais originaram-se da Teoria das Relações Humanas, pois antes o foco era nas tarefas e na estrutura do trabalho, hoje a ênfase passou a ser nas pessoas.
Buscando-se assim, compreender o comportamento individual para explicar o organizacional, conforme Maximiano (2000), as primeiras hipóteses sobre motivação foram propostas pelos filósofos gregos sobre conceito felicidade.
Lima et al., (2008), dizem que as teorias motivacionais propiciam aos administradores criar um ambiente em que os indivíduos e grupos trabalham em prol dos objetivos da organização. Já Maximiano (2000) dividiu as teorias motivacionais em dois grupos: as teorias do processo, que procura explicar como funciona o mecanismo da motivação e as teorias de conteúdo, que explica quais são os motivos específicos que fazem as pessoas agirem.
Para compreendermos a necessidade da motivação humana, nos atemos às teorias de conteúdo ou (teoria da necessidade), como mencionado anteriormente, pois, buscam explicar quais são os motivos que leva o indivíduo a agir ou apresentar certo comportamento.
Portanto, na literatura pesquisada identificamos duas principais teorias da motivação humana, sendo: a) Hierarquia das necessidades humanas de Abraham Maslow; e b) Dois fatores - higiênicos e motivacionais de Frederick Herzberg.
A teoria de motivação de Abraham Maslow está organizada por uma hierarquia das necessidades humanas que se dividem em cinco grupos, formando uma espécie de pirâmide, na base ficam as chamadas necessidades primárias e ao topo as necessidades secundárias.

1.  Necessidades Fisiológicas ou básicas;
2.  Necessidades de segurança;
3.  Necessidades sociais;
4.  Necessidade de estima;
5.  Necessidade de autorrealização.

Neste contexto, sabemos que todo indivíduo é motivado basicamente pelas necessidades humanas, independente de qual seja. Como identificado por Santos, Almeida e Valentim (2011), a motivação humana está relacionada ao atendimento das distintas necessidades.
Portanto, o que estimulará a satisfazer esta ou aquela necessidade, dependerá da situação e motivação de cada um, pois quanto maior a necessidade, mais intensa é a motivação, e como dito anteriormente é um processo cíclico.
A teoria desenvolvida por Frederick Herzberg (apud CHIAVENATO, 2002; LIMA, et al., 2008), é a Teoria dos dois fatores de Herzberg: Motivação – Higiene. Fundamenta-se em dois aspectos que influem o desempenho no trabalho: os fatores motivadores (intrínsecos) e os fatores de higiene (extrínsecos).
Os fatores motivadores estão relacionados ao conteúdo do cargo, as tarefas. Já os fatores higiênicos referem-se às condições do ambiente de trabalho tanto físicas e ambientais, o salário, benefícios, clima de relações entre superiores e subordinados, regulamentos internos. Estes são necessários para evitar a insatisfação, no entanto não são suficientes para provocar a satisfação.
Com esta teoria Herzberg propõe o enriquecimento de tarefas, com a ampliação de responsabilidade, os objetivos e o desafio das tarefas do cargo.
O clima organizacional possivelmente implicará na motivação dos funcionários, que requer um ambiente agradável em que a pessoa se sinta bem, com ela mesma e entre seus colegas de trabalho, satisfazendo não apenas as suas necessidades básicas, mas contribuindo na cooperação com o grupo.
É notória a necessidade da existência de uma liderança que contribui para o melhor desempenho de sua equipe de trabalho, em estimular o desejo de seus colaboradores, da mesma forma os colaboradores devem trabalhar participativamente, sentir-se estimulado e ter a consciência que o resultado do seu trabalho influenciará na produtividade e credibilidade da organização.
Contudo para a motivação do trabalho em unidades de informação, são necessárias algumas atitudes do gestor para com a equipe como:

Ø     Fazer com que todos estejam envolvidos e integrados com a rotina, mantendo-os informados sobre o andamento das atividades;
Ø     Buscar soluções junto à equipe, discutir, avaliar e cultivar a troca de experiências, para que cada pessoa contribua com ideias e inovações;
Ø     A valorização da equipe com reuniões agendadas para que todos expressem suas ideias e sugestões, e que estas sejam discutidas pelo grupo, e que cada qual seja reconhecido como um colaborador e não como apenas mais um funcionário;
Ø     Confiar responsabilidade, faz a pessoa se sentir importante e competente no que realiza, aumenta a segurança e estimula seu potencial;
Ø     Ser receptivo a todos procurando ouvir suas ideias e sugestões, mesmo que não sejam totalmente acatadas, mas que possa estimular as iniciativas de todos.
 Considera-se a pessoa como um ser integral e elemento essencial de uma organização e que o desempenho dos seus colaboradores está relacionado com a motivação. Portanto quando o funcionário é reconhecido e motivado no seu de trabalho, ele se torna realizado tanto no campo profissional quanto no pessoal, pois, realizará as suas atividades com eficiência e dedicação fazendo a diferença para toda organização.

REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
______. Introdução a teoria geral da administração. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
LIMA, Claudinete Salvato, et al. Análise das práticas de motivação nas organizações e sua influência na melhoria da qualidade e produtividade do trabalho. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 4., 2008, Niterói. Anais... Niterói, RJ. 2008. p. 1-12. Disponível em: <www.latec.uff.br/cneg/documentos/anais_cneg4/T7_0049_0156.doc>‎.  Acesso em: 15 abr. 2013.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da escola cientifica à competitividade na economia globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
RAMOS, Paulo Baltazar. A gestão na organização de unidades de informação. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 25, n.1, 1996. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/índex.php/ciinf/article/view/483/438. Acesso em: 7 set. 2013.
SANTOS, Vanessa Lima; ALMEIDA, Daniela Pereira dos Reis; VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Motivação de equipes em unidades de informação. Biblios, n. 45, p. 40-63, 2011. Disponível em: http://biblios.pitt.edu/ojs/index.php/biblios/article/view/42. Acesso em: 30 ago. 2013.

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