13 de set. de 2016

GESTÃO DE PESSOAS EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO: DESAFIOS E TENDÊNCIAS

Maria Aparecida da Silva Vória
Bibliotecária do Sistema de Bibliotecas da UEL - BS/CCS

Nas últimas décadas presencia-se grandes e históricos avanços. Todos esses avanços tornaram-se o grande salto para a construção de novos paradigmas, conceitos, exigências e metas, tanto empresariais quanto sociais.
O que se conhece por gestão de pessoas é a evolução do que era chamada administração de recursos humanos. Alguns autores, na atualidade, entendem que a gestão de pessoas considera as pessoas que trabalham nas organizações, não mais como empregados ou funcionários, mas como colaboradores ou parceiros. Logo, a gestão de pessoas, mais do que qualquer outro ramo da administração vem sofrendo esses desafios, sobretudo porque sua matéria está exatamente na mente humana, que é o conhecimento (GIL, 2001).
De acordo com Chiavenato (2008, p. 39), “as mudanças tornam-se rápidas, velozes, sem continuidade com o passado e as pessoas precisam estar preparadas para enfrentar novos desafios e ajudar a organização a superá-los”. Estas alterações influenciaram a práxis do bibliotecário, modificaram seu saber e se apresentam como desafios trazidos pela cultura digital. Desafios que devem ser reconhecidos pelo gestor de recursos humanos, para que sejam possíveis ações permanentes de capacitação profissional capazes de desenvolverem novas competências para novas tarefas. Trata-se de adotar novas posturas profissionais em reconhecimento à importância e ao valor do fator humano nas unidades de informação.
Na atual sociedade, a Unidade de Informação sai de “uma postura de armazenadora de informação para assumir uma postura centrada no processo de comunicação, o que significa abandonar a filosofia de posse e investir na filosofia do acesso” (PESTANA et al., 2003, p. 77). Assim sendo, para oferecer bons serviços, é necessário ter seus recursos humanos capacitados e motivados e não poupar esforços para manter em alta essa motivação. A Unidade de Informação precisa utilizar de diferentes tipos de instrumentos de motivação para satisfazer as necessidades de seus funcionários. O que exige muita atenção, dedicação e esforço do gestor a fim de criar o ambiente e as oportunidades capazes de fazer com que as pessoas executem as atividades em direção aos resultados das Unidades de Informação e, ao mesmo tempo, estejam satisfazendo suas necessidades e motivos.
Portanto, a capacitação e motivação da equipe de trabalho deve ser uma constante preocupação do gestor. Desta forma, com ênfase no investimento em treinamento para atender as necessidades e contribuir com desenvolvimento das relações interpessoais, capacitação e treinamento dos seus servidores a Universidade Estadual de Londrina[1] oferece cursos, palestras, eventos etc.
De acordo com Bueno (2005) o bibliotecário deve desenvolver novas visões a respeito da Unidade de Informação, precisa identificar as necessidades de mudanças e trabalhar para satisfazer as necessidades e objetivos da organização e dos indivíduos que as integram. É importante a motivação no ambiente pessoal e profissional do indivíduo e sua relação com os colegas de trabalho. Envolve a dedicação ao trabalho, questões de conduta, convivência em equipe, entre outras implicações da sociedade grupal. Esta cadeia de relacionamentos impulsionará todo o ciclo organizacional e todos devem sentir-se satisfeitos em suas atividades.
Necessário se faz acompanhar as tendências de administração e de gestão de pessoas, a fim de que se possa tomar decisões mais adequadas, pois a teoria constitui-se em apoio para o processo na prática. É imprescindível ter conhecimentos atualizados e procurar informação para sua própria capacitação e capacitar sua equipe de acordo com as necessidades que surgem, e até mesmo para se preparar para as exigências futuras (SANTA ANNA; PEREIRA; CAMPOS, 2014).
A capacitação pode solucionar sérios problemas, promovendo serviços de qualidade para a satisfação dos usuários. Outro aspecto é a humanização do trabalho, pois as pessoas devem se beneficiar das capacidades desenvolvidas tomando consciência de sua prática profissional e social (BELUZZO, 1995).
Diante disso, estimular e incentivar a capacitação profissional por meio de cursos, treinamentos e participação em eventos deve ser uma prática do gestor, uma vez que o ser humano, consequentemente, será valorizado, resultando num melhor desempenho de suas atividades.


REFERÊNCIAS

BELUZZO, R. C. B. Da capacitação de recursos humanos à gestão da qualidade em bibliotecas universitárias: paradigma teórico e prático para ambiente de serviço de referência e informação. 1995. Tese (Doutorado) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo.
BUENO, S. B. Proposta de gestão de pessoas em unidade de informação especializada: a força da motivação e suas implicações no processo de gestão de pessoas. Revista ACB Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 124-130, jan./dez. 2005.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
GIL, A. L. Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2001.
PESTANA, M. C. et al. Desafios da sociedade do conhecimento e gestão de pessoas em sistemas de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 2, p.77-84, maio/ago. 2003.
SANTA ANNA, J.; PEREIRA, G.; CAMPOS, S. O. Sociedade da informação x biblioteconomia: em busca do moderno profissional da informação (MIP). Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 68-85, jan./jun. 2014. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/viewFile/293/293. Acesso em: 5 set. 2016.