TRATAMENTO INTELECTUAL DOS DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
Geneviane Duarte Dias
Bibliotecária da Divisão de Formação e
Desenvolvimento da Coleção do Sistema de Bibliotecas da UEL
O desenvolvimento das novas tecnologias
de comunicação e informação veio transformar o mundo, abrindo as portas para a
transmissão do conhecimento. Uma parcela cada vez maior de informações e
documentos em formato eletrônico, que não podem ser mensurados, tem ganhado
cada vez mais adeptos em todo o mundo. Porém, se por um lado, o advento da
tecnologia eletrônica reduziu o tempo entre a produção e publicação das
informações, por outro, provocou uma baixa revocação dos documentos recuperados
nos Sistemas de Recuperação da Informação (SRI). Essas condições ocasionaram um
caos na recuperação desses documentos eletrônicos. Com o objetivo de organizar
as informações e disponibilizá-las aos usuários, as instituições têm investido
mecanismos e instrumentos que auxiliam no processo de tratamento e recuperação
da informação (NOVO, 2010).
A organização da informação compreende
a descrição dos documentos de acordo com seus aspectos físicos e temáticos. A
explosão informacional e a evolução das tecnologias de comunicação e informação
trouxeram consigo o aumento da produção e da circulação de documentos
eletrônicos, e neste contexto, “A aplicação dos processos e métodos de
tratamento da informação exige que se definam previamente conjuntos de recursos
eletrônicos a serem tratados, com os respectivos objetivos que primeiro
determinaram a definição desses conjuntos.” (DIAS, 2001).
Nesse cenário, os metadados
desempenham um papel importante na gerência dos documentos eletrônicos, pois os
mesmos representam a chave para a localização e a recuperação dos recursos ou
documentos. Fornecem o suporte de identificação, descrição e posição da rede
recursos eletrônicos, cujas características não são efetivamente apoiadas por
mecanismos de busca atuais, devendo ser produzidos e associados a recursos de
internet para que os serviços de busca possam ser desenvolvidos.
Iniciativas estão sendo conduzidas com
o propósito de discutir a questão e propor padrões de descrição de recursos de
informação, como é o caso do Dublin Core Metadata (DCMI). Esta organização
dedica-se em promover a adoção de padrões de interoperabilidade de metadados e
desenvolver vocabulários especializados para descrever fontes que tornem mais
inteligentes os sistemas de descobrimento de informações. O Dublin Core é uma
iniciativa da DCMI e pode ser definido como o conjunto de elementos de
metadados, planejado para facilitar a descrição de recursos eletrônicos e tem
como objetivo principal descrever objetos digitais, tais como, vídeos, sons,
imagens, textos e sites na Web (SOUZA; VENDRUCULO; MELO, 2000).
A Library of Congress também promove a
produção de outros esquemas de metadados adotados mundialmente e usam como base
de desenvolvimento de coleções digitais, como por exemplo: MARC 21, MARC em XML
(Extensible Markup Language), METS (Metadata Enconding & Transmissin
Standart), EAD (Encoded Archival Description); entre outros (ROSETTO, 2008).
O ambiente
digital, sua estrutura de informação e o uso de metadados, têm uma relação
direta com o ambiente tradicional de informações descritas em formulários
seguindo padrões específicos, como por exemplo, o MARC, o AACR2, a CDU e a LCC
(Classificação da Biblioteca do Congresso). A principal diferença da aplicação
em ambos os casos, está no acesso aos conteúdos. Se por um lado, em uma
biblioteca tradicional uma classificação remete a localização física de um
documento impresso disposto na estante, por outro, a classificação da
informação no ambiente digital indica links para acessar documentos eletrônicos
(MONTEIRO, 2010).
Podemos encontrar várias outras
tipologias no ambiente eletrônico do Sistema de Classificação Decimal Dewey,
tais como: Cyber Dewey, Dewey
for Windows; Web Dewey; Web Dewey in Corc; Dewey Classification in view-based
searching; Dewey Search (NICULESCU, 2009).
Durante muito tempo, as discussões que
se desenvolviam em torno da descrição física de documentos eletrônicos, eram
centradas no principal objetivo de desenvolver um catálogo que permitisse o
acesso a esses documentos. Não se discutia a possibilidade de tratar o conteúdo
dos documentos através de sua indexação, ou através da criação de bases de
dados mais estruturadas ou, ainda, através do desenvolvimento de sistemas de
motores de busca mais sofisticados e que pudessem ser mais eficientes na busca
da informação (BIOJONE, 2000).
Diante do exposto, ressalta-se a
importância em se encontrar uma solução ou um padrão, que venha garantir a
recuperação exata da informação dos documentos eletrônicos no ambiente virtual,
visando o aprimoramento de teorias, métodos e práticas de organização e
recuperação da informação com base em um universo mesclado, onde coexistem
diversos tipos e suportes documentais (ORTEGA, 2008).
REFERÊNCIAS
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dos periódicos científicos na comunicação da ciência. 2001. 107 f . Dissertação (Mestrado
em Ciências da Informação e Documentação) – Universidade de São Paulo, São
Paulo.
DIAS, Eduardo, Wense. Contexto digital
e tratamento da informação. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 2, n. 5, out.
2001. Disponível em: http://www.dgz.org.br/out01/F_I_aut.htm. Acesso em: 10 jan.
2015.
MONTEIRO, Fernanda de Souza. Organização
da informação: proposta de elementos de arquitetura da informação para
repositórios digitais institucionais, baseados na descrição física e temática.
In: ROBREDO, Jaime; BRÄSCHER, Marisa (Org.). Passeios no bosque da informação:
estudos sobre representação e organização da informação e do conhecimento.
Brasília/DF: IBICT, 2010. Capítulo 7, p. 130-145. Disponível em: http://www.ibict.br/publicacoes/eroic.pdf.
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NOVO, Hildenise Ferreira. A taxonomia
enquanto estrutura classificatória: uma aplicação em domínio de conhecimento
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Disponível em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/4103/3409.
Acesso em: 10 jan. 2015.
NICULESCU, Zenovia. Decimal
classification editions. Library and Information Science Research, Bucharest,
n. 13, p. 42-50. 2009. Disponível em: http://www.lisr.ro/en13-niculescu.pdf. Acesso
em: 10 jan. 2015.
ORTEGA, Cristina Dotta. Fundamentos da
organização da informação frente à produção de documentos. TransInformação,
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cenário e perspectivas. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação,
Nova Série, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 101-130, jan./jun. 2008. Disponível em: http://www.febab.org.br/rbbd/ojs-2.1.1/
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SOUZA, Marcia Izabel Fugisawa;
VENDRUSCULO, Laurimar Gonçalves; MELO, Geane Cristina. Metadados para a
descrição de recursos de informação eletrônica: utilização do padrão Dublin
Core. Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 1, p. 93-102, jan./abr. 2000. Disponível
em: http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/271/239. Acesso
em: 10 jan. 2015.