Postado por
Patrícia O. Pereira de Almeida
Bibliotecária
Divisão de Formação e Desenvolvimento da Coleção do SB/UEL
Divisão de Formação e Desenvolvimento da Coleção do SB/UEL
A biblioteca
universitária tem como função dar apoio às atividades de pesquisa, ensino e
extensão da universidade (SANCHES; RIO, 2010, p. 6; AGUADO DE COSTA, 2011, p.
31. Tradução nossa). Dessa forma, pode-se entender que, em linhas gerais, o
objetivo das bibliotecas universitárias é dar suporte informacional aos cursos
e projetos da instituição.
Fourie e Dowell (2009,
p. 64, tradução nossa) enfatizam essa ideia ao dizer que “a missão de uma
biblioteca acadêmica é apoiar o corpo docente, alunos e funcionários da
faculdade ou universidade e assim ajudar a alcançar a missão da instituição de
origem no qual a biblioteca está localizada”. O Sistema de Bibliotecas da UEL (SB/UEL)
cumpre essa tarefa, atendendo cerca de 16.000 alunos de graduação, 4.900 alunos
de pós-graduação, 1.680 docentes e 3.500 servidores técnicos (UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE LONDRINA, 2012).
Os materiais de
informação que dão suporte a essas atividades podem ser livros, periódicos, publicações
não seriadas, base de dados, entre outros, que podem estar em formato impresso ou
online. Esses materiais formam a
coleção do SB/UEL, e segundo Aguado de Costa (p. 92. Tradução nossa), “a
qualidade da coleção determina em grande parte a qualidade da biblioteca”.
Muitas são as variáveis
para a seleção de materiais de informação, portanto, é necessário estabelecer critérios
para a formação da coleção. Os critérios de seleção adotados pelo SB/UEL estão
descritos em sua “Política de Desenvolvimento de Coleções”, atualmente em fase
de revisão. Alguns indicadores dos instrumentos elaborados pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e utilizados
pelo Ministério da Educação (MEC) para avaliar os cursos também são adotados. Aguado de Costa (2011, p. 15, tradução nossa) diz que “segundo o
conceito de Ranganathan, ‘a biblioteca é um organismo em
crescimento’ implica a ideia de que o
crescimento não pode ser indeterminado nem tampouco desorganizado”, e
evidencia ainda a necessidade de estabelecer diretrizes rigorosas e políticas
nas unidades de informação que atendam aos objetivos da instituição à
qual está vinculada.
No SB/UEL a seleção dos
materiais a serem adquiridos é feita em duas etapas: a seleção qualitativa e a
seleção quantitativa. A seleção qualitativa é realizada pelos Docentes/Coordenadores
de Cursos e Colegiados, com base nas ementas das disciplinas. Porém, a seleção
quantitativa é de responsabilidade da Divisão de Formação e Desenvolvimento da
Coleção (DFDC), que identifica o número de exemplares de cada título que deve
ser adquirido considerando, entre outros aspectos, o número de alunos que
potencialmente farão uso do material, e se o título é bibliografia básica ou
complementar.
Fourie e Dowell (2009, p.
97. tradução nossa) dizem que “ao contrário dos serviços de grande
visibilidade, como os de referência e de circulação, a seleção, aquisição,
catalogação e processamento de itens geralmente não envolvem o público
diretamente, mas sim acontece nos bastidores”. Essa é uma forma de demonstrar
que, embora a seleção e aquisição não tenha grande visibilidade, suas
atividades têm grande interferência na construção da coleção e na satisfação do
usuário.
Mas, ainda que seja
realizada uma boa seleção dos materiais a serem adquiridos, identificando as
quantidades adequadas, infelizmente nem sempre é possível atender a demanda. Evans
e Saponaro (2005, p. 9. Tradução nossa) evidenciam que nunca há dinheiro
suficiente para as aquisições da biblioteca, e ainda enfatizam que:
A seleção é uma forma de tomada de decisão.
Na maioria das vezes não é apenas uma questão de identificação de materiais
adequados, mas de decidir entre os itens qual é essencial, importante,
necessário, complementar, agradável, ou luxuoso.
Essa
tomada de decisão depende de vários fatores, sendo reforçada pela ideia de Aguado
de Costa (2011, p. 37. Tradução
nossa) ao afirmar que “A seleção é a avaliação e eleição dos materiais
que irão incorporar a coleção. É um processo complexo, que implica uma
interpretação completa das políticas da unidade de informação, uma estimação da
demanda potencial dos usuários [...]”.
Ainda que existam alguns
problemas na seleção e aquisição de materiais de informação no SB/UEL, tais
como títulos fracassados em licitações, antigos ou esgotados, são constantes os
esforços para proporcionar aos usuários do SB/UEL materiais de informação de
qualidade, atualizados e em quantidade adequada.
REFERÊNCIAS
AGUADO DE COSTA,
Amelia. Gestión de colecciones. Buenos Aires: Alfagrama, 2011.
EVANS, G. Edward;
SAPONARO, Margaret Zarnosky. Developing
library and information center collections.
5. ed. London: Libraries
Unlimited, 2005.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA. Proplan. UEL em dados: 2012. Disponível em: <http://www.uel.br/proplan/emdados/folder2012.PDF>.
Acesso em: 14 fev. 2013.
FOURIE,
Denise K.; DOWELL, David R. Libraries in
the information age: an introduction and career exploration. 2. ed.
California: Libraries Unlimited, 2009.
SANCHES, Gisele A. Ribeiro; RIO, Sinomar Ferreira
do. Mediação da informação no fazer do bibliotecário e seu processo em
bibliotecas universitárias no âmbito das ações culturais. InCID: R. Ci. Inf. e Doc.,
Ribeirão Preto, v. 1, n. 2, p. 103-121, jul./dez. 2010. Disponível em: <http://revistas.ffclrp.usp.br/incid/article/view/24/pdf>.
Acesso em: 21 maio 2012.