4 de ago. de 2012

A cooperação no Desenvolvimento de Coleções


                                                                                                postado por 
                                                                       Ivone Guerreiro Di Chiara
                                                 Profª do Depto de Ciência da Informação

             A cooperação no desenvolvimento de coleções sempre foi um assunto muito discutido nos congressos de biblioteconomia brasileiros e, por muito tempo, o relato de experiências desastrosas causava uma frustração muito grande entre os profissionais que acreditavam estar na cooperação a saída para enfrentar os frequentes cortes orçamentários destinados a aquisição de coleções físicas nos diferentes tipos de bibliotecas. As causas apontadas para esses fracassos eram as mais diversas,  desde a incapacidade financeira dos participantes dos planos cooperativos para arcar com suas responsabilidades até a extensão territorial do país e limitações do sistema de comunicação.
             Uma vez até ouvi de um renomado especialista da área que a provável causa desses fracassos estava relacionada ao discurso de posse dos bibliotecários que consideravam as coleções  físicas adquiridas de forma cooperativa como suas e  rejeitavam na prática o ato de dividi-las  com outras bibliotecas em detrimento do atendimento aos próprios usuários.
          Com o avanço da tecnologia e a crescente produção e disseminação de coleções online, esse discurso de posse se esvaziou. A coleção online não pertence a ninguém, todos os autorizados podem acessá-las e esse foi, na minha opinião, uma dos maiores benefícios trazidos pelo desenvolvimento das tic’s (tecnologias de informação e comunicação) ao desenvolvimento de coleções.
          Esse avanço não beneficiou apenas a cooperação enquanto um processo de aquisição, beneficiou diretamente os próprios usuários que não dependem mais do empréstimo bibliotecário e até do próprio deslocamento a unidade de informação para acessar a informação quando esta existe em formato online. Hoje eles dependem apenas de uma infraestrutura mínima em termos de hardware e software para acessar e-books, periódicos, diretórios digitais e outras fontes de informação desde que a instituição ou empresa a que pertencem tenham licença para acesso.
         Mas, apesar das previsões com relação aos formatos dos acervos, continuamos convivendo com materiais físicos e online, ou seja, com coleções híbridas e o compartilhamento de acervos físicos enfrentou no passado, enfrenta hoje e enfrentará no futuro as dificuldades já conhecidas porque o acesso ocorre após a posse do material .
         Contudo, observamos que os fornecedores tradicionais de materiais de informação tem se transformado em grandes conglomerados que oferecem acesso a materiais eletrônicos permitindo em muitos casos a obtenção de fotocópias dos artigos de periódicos solicitados 
pelos usuários, o que sugere um uso mais racional da informação, principalmente quando isso ocorre de forma compartilhada, incluindo várias instituições que não tem a posse física do material, mas tem o acesso assegurado.

Um comentário:

  1. Há muitos periódicos importantes que estão disponíveis somente na web, e diversas editoras renomadas também já estão se organizando nas bibliotecas virtuais.
    Infelizmente esse produto ainda tem um custo muito elevado, porém esse é um assunto para outra discussão...

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