23 de jul. de 2012

D.O.I® - The Digital Object Identifier



Postado por 
Laudicena de Fátima Ribeiro
Bibliotecária responsável pela Biblioteca Digital da UEL

O Digital Object Identifier (DOI®) é um sistema de identificação numérico aplicado a conteúdos digitais protegidos por copyright (livros, artigos eletrônicos e documentos em geral).

Foi desenvolvido pela Association of American Publishers (AAP) com a finalidade de autenticar e localizar o conteúdo digital com um identificador persistente e confiável. O sistema é administrado pelo International DOI Foundation (IDF), uma organização sem fins lucrativos, controlada por um Conselho Executivo, eleito pelos membros da Fundação e que gere o desenvolvimento, as políticas e o licenciamento do sistema DOI às agências de registro. A CrossRef   é a principal agência de registro da  International DOI Foundation, propondo ainda outros serviços  para o setor de publicações científicas.

A sintaxe do DOI toma a forma de uma sequência de caracteres dividida em duas partes: um prefixo (ou raiz) e um sufixo, separados por uma barra. O prefixo é nomeado pela International DOI Foundation que identifica o publicador do documento (Organização, Editora, Entidade, etc..) e o sufixo é atribuído pelo responsável pela publicação para identificar um objeto digital específico. A combinação do prefixo e do sufixo assegura o caráter único no sistema DOI.

Sintaxe:
Ex:
Prefixo: 10.000/
Sufixo: Identificação do objeto, podendo utilizar ISSN ou Abreviatura do periódico, volume.
Para livros pode ser usado o ISBN.

Ex: 10.000/inf&info.2011v12n3p2

No Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), disponibiliza na plataforma lattes um campo específico, o qual é possível inserir o código DOI e estabelecer uma ligação automática entre o currículo Lattes e o site do artigo publicado. O DOI é utilizado como uma forma de certificação digital das produções bibliográficas registradas pelo pesquisador. 

3 de jul. de 2012

Catalogação de Folhetos de Cordel





Izabel Maria de Aguiar
Rosângela Moreira Lima
Bibliotecárias do Sistema de Bibliotecas da UEL
Juliana Delprá Amaro Cardoso
Técnica de Biblioteca do Sistema de Bibliotecas da UEL


Literatura de cordel, vulgarmente conhecida no Brasil como Folheto de Cordel, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos. O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes, em Portugal. Alguns folhetos são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas.
Para reunir os expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro (WIKIPÉDIA, 2012).
O autor Juvenal Evangelista dos Santos (1984) o descreve da seguinte forma:

Porque chamou-se cordel

Por ser vendido em cordão

Devido lama e poeira
Ficava alto do chão
Da cultura cordelista
É a sua tradição

Segundo Diniz (2003):

Ter o cordel na biblioteca [...] pode representar um passo extremamente valioso para o devido reconhecimento e resgate desse tipo de literatura e dar à nova geração a oportunidade de apreciar a riqueza e a expressividade da nossa cultura.

A Biblioteca Central da UEL possui uma significativa coleção de literatura de cordel, recebida por doação do professor aposentado da UEL, Alcides Vitor de Carvalho. Esta coleção foi organizada em 1993 por processo manual, utilizando-se de fichas catalográficas para recuperação dos dados por autor, título e/ou ciclo. Com o crescimento da coleção e o avanço da tecnologia, os dados foram inseridos em uma Base de Dados em Microisis desenvolvida para essa finalidade.
Em 2008, foi formado um Grupo de Trabalho de Cordel composto por funcionários da Biblioteca Central, com a intenção de dar andamento aos trabalhos iniciados anteriormente com os Folhetos de Cordel. Este Grupo elaborou um Plano de Execução, e com a participação de estagiários voluntários e remunerados, deu-se início ao andamento de várias tarefas, dentre elas a catalogação dos Folhetos de Cordel no Sistema de Gerenciamento de Bibliotecas Virtua.
A catalogação de Folhetos de Cordel teve início em 2009 por funcionárias do Sistema de Bibliotecas de UEL, tendo continuidade em 2010 por uma estagiária remunerada, com a orientação e supervisão de bibliotecários da Divisão de Processos Técnicos e Circulação.
No início de 2011, uma funcionária da Divisão de Circulação, membro do Grupo de Trabalho de Cordel, foi treinada para esta atividade, dando sequência ao trabalho de inserir novos folhetos no Virtua.
A catalogação é uma operação técnica, na qual se realiza a descrição bibliográfica de um documento, de modo que este seja identificado com precisão. Para a concretização dessa descrição, é necessária a existência de regras, de forma a tornar possível a criação de um sistema internacional de permuta de informações bibliográficas (GASPAR, 2003).
No Sistema de Bibliotecas da UEL foi padronizado que para fins de catalogação dos Folhetos de Cordel, os dados serão retirados da capa, pois grande parte dos cordéis não possui folha de rosto. Os procedimentos adotados estão de acordo com o Código de Catalogação Anglo Americano (AACR2) e a norma NBR 6023 da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
A questão autoral é a mais delicada no tratamento e abordagem dos folhetos, em razão dos inúmeros equívocos quanto à autoria e propriedade. Optou-se por dar entrada pelo nome completo do autor, seguido de remissivas para pseudônimos e apelidos. Para a padronização da autoria é utilizado o Dicionário Bio-bibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada; os sites da Fundação Casa de Rui Barbosa (http://www.casaruibarbosa.gov.br/); Acervo Maria Alice Amorim (http://www.cibertecadecordel.com.br/index.php) e/ou também o Catálogo de Autoridades da Fundação Getúlio Vargas (http://www8.fgv.br/bibliodata/site2/default.asp).
Nos casos em que a autoria não for identificada, faz-se referência apenas ao título do folheto.
Para o título dá-se a entrada conforme consta na capa do Folheto de Cordel, sendo a transcrição do título fiel à obra original, sem a correção de eventuais erros ortográficos.
Para os outros campos a padronização ficou assim definida:
Edição: indica as alterações ocorridas pelas revisões, correções e edições. São poucos os folhetos que apresentam alterações de edição.
Imprenta: informa os dados referentes à publicação: local, editor e data. Grande parte dos cordéis não apresenta estes dados.
Descrição Física: especifica dados referentes ao número de páginas e/ou volumes.
Notas Gerais: indicam as referências adicionadas, aquelas consideradas relevantes, ou seja, o tipo de ilustração, xilogravura, desenho, fotos e/ou clichê, observando-se a autoria, se houver, biografias, acrósticos, outros títulos publicados no mesmo folheto, agradecimentos, dedicatórias, bibliografias e outras notas relevantes que constar no Folheto de Cordel.
Descritores: são as pistas/assuntos que orientam a busca dos folhetos, recuperando as informações neles contidas, a princípio definidas como Literatura de cordel brasileira e Cordel.
A importância da catalogação de documentos é notória, pois auxilia no controle bibliográfico nacional e internacional, facilita a divulgação entre os bancos de dados e instituições científicas e propicia critérios para a seleção e aquisição de documentos. E é também fundamental no que concerne à problemática referente ao tratamento documental de novos tipos de documentos, diferentes dos ditos tradicionais, como é o caso do Folheto de Cordel.


REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Átila Augusto F.; ALVES SOBRINHO, José.  Dicionário Bio-Bibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada.  João Pessoa: Ed. Universitária, 1978.

DINIZ, Francisco Ferreira Filho.  Projeto: educação física com poesia.  Santa Rita, 2003.  Disponível em: <http://literaturadecordel.vilabol.uol.com.br/edfisicapoesia3.htm.> Acesso em: 15 maio 2012.

GASPAR, Maria da Anunciação Ferreira Coutinho.  Catalogação manual e informatizada: as ISBDs e o formato UNIMARC.  Porto, 2003.  Disponível em: .  Acesso em: 15 maio 2012.

LITERATURA de cordel. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel>. Acesso em: 12 abr. 2012.

PINTO, Maria do Rosário de Fátima. Catalogação de folhetos de cordel. Rio de Janeiro: Funarte: CNFCP, 2002.

SANTOS, Juvenal Evangelista dos.  Origem da literatura de cordel.  [S.l. : s.n.], 1984.